segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

VAMOS VIAJAR?

 O século XVI encaminhava-se para seu término... eventos diversificadas haviam mudado o mundo. No cenário das artes, Leonardo Da Vinci nos dava a Mona Lisa (1503-07) e Michelangelo apresentava ao universo católico o teto da Capela Sistina (1512). No campo das ideias, Lutero iniciava a Reforma (1517) e Maquiavel escrevia “O príncipe” (1513). Na Literatura, Luiz Vaz  de Camões lançava a primeira edição de “Os Lusíadas” (1572), obra que condensaria a lingua portuguesa e Shakespeare escrevia “Hamlet” (1599).
Muitas realizações ocorriam: os europeus chegavam a China (1513), ao Oceano Pacífico via istmo de Panamá (1513), ao Japão (1534), realizavam a viagem de circum-mavegação da Terra (1519-22), devastavam e massacravam os Impérios Asteca (1521) e Inca (1532) e introduziam o calendário gregoriano (1582).
No Brasil, surgiam as capitanias hereditárias (1532), e eram fundados Salvador (1549), São Paulo (1554) e Rio de Janeiro (1565). O Brasil estava em plena colonização. Tratava-se de terras de tamanhos continentais, e os próprios conquistadores desconheciam os limites e surpresas que poderiam encontrar...
Neste cenário, o nosso amado Vale do Paraíba vivia ainda na cultura indigena, povoado por aldeias, com suas matas e rios preservados e limpos, mas os colonizadores, tidos como “civilizados”, já se preparavam para fazer do século XII um ano de conquistas, de início de novas povoações, de imposição da fé na Igreja Católica Apostólica Romana, da descoberta do ouro, do massacre de indígenas, da escravização, do desbravamento...
Nem os índios que caçavam e viviam suas culturas pelas bandas do Vale, como tampouco aqueles que conquistariam as suas terras em nome de um Condessa e de um Rei que nunca veriam esta região, poderiam imaginar quantas mudanças, quantas histórias, quanta cultura se processariam num período de cerca de quatro séculos.
Haveria a colonização; a agricultura cresceria de forma arrebatadora; o ciclo do ouro chegaria e faria das cidades do Vale, em especial Taubaté e Bananal, grandiosas e ricas; haveria após uma época de decadência para, depoir, surgir o ouro verde: o café, trazendo bonança e vida nova a região; viveriamos a época dos barões, dos viscondes; entraríamos no século XX repletos de esperança, e veríamos personalidades valeparaibanos brilharem nas mais diversas áreas, como Monteiro Lobato, Oswaldo Cruz, Emílio Ribas, Dilermando Reis, Cassiano Ricardo, Mazaroppi, Celi Campelo, João do Pulo, dentre outros.
Hoje, adentrando no ano de 2012, em pleno terceiro milênio, século XXI, olhamos para nosso passado e vemos quanta riqueza temos em nossa volta... temos ainda uma natureza belíssima, embora um pouco castigada... temos um povo brilhante, cheio de energia e vontade de novas conquistas... temos esta região privilegiada geograficamente, que parece estar pertinho de tudo e de todos... bem ao lado das duas metrópoles: São Paulo e Rio de Janeiro e a um pulinho do Litoral Norte Paulista, da Serra da Mantiqueira e do Sul de Minas Gerais (outrora Minas de Taubaté).
Convido você, caríssimo leitor e caríssima leitora, a percorrer comigo as trilhas da coluna que falará um pouco do nosso Vale “Encantado” do Paraiba, trazendo um pouco da história, da literatura, das artes, da cultura geral, do povo, das tradições e contradições deste lugar tão amado...

LUIZ ANTONIO CARDOSO

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