domingo, 29 de janeiro de 2012

ADORAÇÃO AO PRESÉPIO: GRUPO MESTRE PAIZINHO

   Chovia... aquele dia de semana, de trabalho, seria mais um dia como outro qualquer, onde as pessoas voltam para seus lares, após a labuta...
Nosso grande amigo, Mestre Paizinho, iria, com seu grupo, naquele janeiro de 2012, para mais uma Adoração ao Presépio, e havia convidado este verdadeiro ignorante em questões de cultura popular para poder presenciar momentos mágicos... também havia estendido o convite a nossa amiga fotógrafa Gisele Barbosa, que iria transformar aqueles momentos em arte, em fotografias, para o devido registro à posteridade.
Eu já sabia que aquele homem simples, dotado de uma simpatia inigualável, fazia um grande trabalho pela nossa cultura taubateana, pela memória brasileira, mas depois daquela noite, pude ver que se tratava de algo muito maior.
Chegamos, eu e Gisele a primeira residência onde o Grupo de Adoração ao Presépio do Mestre Paizinho iria atuar. O Grupo estava ali, se preparando para mais uma adoração, e a chuva não parava...
O grupo começou a adoração, na varanda daquela casa taubateana, com uma canção folclórica de cunho religioso, solicitando que a “Dona” da casa abrisse a porta para a adoração... a porta se abriu, e aquele grupo, com seu acordeon, violão, cavaquinho, dentre outros instrumentos, adentraram a foram direto ao presépio, cantar toda sua fé aquele símbolo católico. Mestre Paizinho, liderando o movimento, lembrou, nas canções ali entoadas, do fundador daquele Grupo, seu saudoso pai, Mestre Paizão, que iniciara o culto às tradições populares no já longinquo 1947... agora, era Mestre Paizinho, filho dedicado, amante das tradições, verdadeiro sacerdote do folclore brasileiro, que estava ali, empunhando a bandeira da Adoração, levando paz, amor, esperança e muito mais a cada lar ali visitados.
Foram visitados cinco lares... num deles, a comoção foi geral... numa casa triste, com aspecto demasiadamente melancólico, o Grupo fez o tradicional ritual junto ao presépio, mas uma Senhora, com fisionomia cansada, querendo esconder a tristeza que carregava, perguntou ao Mestre se ele poderia cantar para a mãe dela, dentro do quarto, e que não podia sair da cama... Mestre Paizinho atendeu, prontamente... naquele quarto estava uma senhora, bastante idosa, com enfermidade que já não permitia mais que conhecesse as pessoas, deixando-a distante do mundo... como se fosse algo Divino, logo que o Grupo começou a cantar, aquela Senhora presenteou seus familiares e a cada um dos visitantes, com um sorriso, ainda tímido, mas que veio do fundo da alma, mostrando que ali, muito mais do que um grupo folclórico, de cultura popular, estavam pessoas que se dedicam a ver as outras sorrirem... se dedicam a levar esperança, conforto... um pouquinho de Deus para cada lar...
Num outro lar, um casal bastante idoso, esperava, com devoção, a presença dos Adoradores do Presépio, e pudemos ver o brilho intenso de vida naqueles olhares que já mostram sinais de quererem se fechar...
Chovia muito, mas Mestre Paizinho, ao ouvir alguém reclamar da chuva, olhou, com seu sorriso que parece suavizar nossas tensões e disse: “a chuva é a benção de Deus, pessoal”.
Bendito seja Deus, por permitir a tamanha alegria e honra de conviver com pessoas tão simples e tão grandes... tão humildes e tão ricas de sensibilidade e de amor.
LUIZ ANTONIO CARDOSO

4 comentários:

  1. É formidável como uma simples tradição representa tanto para uma comunidade. E apesar de todas as dificuldades, ela está viva e forte. E ainda emociona e comove.

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    1. Olá, meu caríssimo amigo, realmente, e é so participando ali, no momento mesmo que ocorre, que podemos ver como e grandioso!... obrigado por comentar aqui... paz e luz!

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  2. Foi realmente emocionante estar junto ao grupo do Mestre Paizinho!
    Gostei do modo que narrou essa adoração que acompanhamos! E suas palavras já dizem tudo: "Bendito seja Deus, por permitir a tamanha alegria e honra de conviver com pessoas tão simples e tão grandes... tão humildes e tão ricas de sensibilidade e de amor."

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    1. Sim, minha caríssima parceira cultural, GISELE... Mestre Paizinho é reamente isso que relatamos e muito mais, não é mesmo? Fico feliz que tenho gostado da narrativa... Fica com Deus!...

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